Hoje não vai haver explicações.
Vou acender um fósforo e deixar
tudo isso queimar. Vai começar com uma faísca e terminar com uma linda
explosão.
Pela primeira vez vou fazer uma
bagunça ao invés de tentar arrumar as coisas. Vou jogar tudo pro alto e que se
dane.
Deixa as chamas consumirem tudo,
deixa queimar, não tem problema. É isso que me atrai, hoje, não tem problema
nenhum.
A casa vai começar a cair e às
cinzas o próprio vento vai se encarregar de levar.
Adeus a dor, ao medo, as
lágrimas e as cicatrizes. Estão queimando também. Na verdade, já estão
queimando a muito mais tempo do que você pensa, é só que eu demorei um pouco
pra deixar o fogo se acender de verdade.
Você acha que pode salvar alguma
coisa aqui, mas não pode. Confie em mim, só dessa vez, e me deixa fazer o que
tem que ser feito.
Pronto, não preciso de mais
nada, agora já esta tudo no chão e acho sinceramente que seja uma bela visão.
Acho muitas coisas sinceramente, na verdade, mas as opiniões também foram
jogadas no fogo.
Posso ver que a chama ainda não
se extinguiu completamente, mas deixa pra la também. Talvez esteja se
alastrando além do imaginado para um ou dois lugares a mais, mas duvido que
alguém se importe.
Sirenes? Talvez. Alguém que
ainda acha que o fogo pode ser apagado e as coisas concertadas, mas é tarde
demais. Só observo a brasa que restou no chão, as cinzas voando e a brisa
carregando o cheiro de esperanças queimadas e sonhos mortos. Já posso virar as
costas e ir. Acabou o espetáculo.
Tem gente gritando, mas logo
logo vai passar.
E eu disse que hoje não
haveria explicações. E de fato não houve. Houve um incêndio ao invés disso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário